quinta-feira, 19 de março de 2009

Epidemia de Marasmo - Marcelo Mello Empresário, coach, consultor, escritor e palestrante.

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O que será que está acontecendo? Ando vendo muita gente reclamando da vida, da mesmice, da falta de motivação, enfim, da falta de vida! Por que? O que será que as pessoas estão fazendo, ou melhor, fizeram que se enfiaram nessa espiral descendente? Por que tanta insatisfação e pior, por que é que ninguém tá fazendo alguma coisa pra sair disso? Sinceramente eu não vejo ninguém se esforçando pra sair dessa. Por mais que tentem buscar algo, parece que a busca é de fato algo sem sentido. Isso é grave.E não sou eu que estou cercado de gente assim não, falando com amigos, eles me contam que seus outros amigos estão nessa também. Parece uma epidemia de marasmo. Por uma dessas coincidências da vida, dois amigos ontem me fizeram a mesma pergunta, pessoas que nem se conhecem, mas que estão na mesma encruzilhada: A vida é só isso?Pois é, gostaria que não fosse, mas às vezes acho que é sim. A vida é só isso aí que você tem, faz e almeja. Bem, almejar é uma palavra complicada, afinal, não é todo mundo que tem foco em algo. Dizem que tem, mas a verdade é outra, buscam algo que nem sabem. Aí a coisa se complica mais ainda.Não saber o que se busca parece que abre uma porta – para não dizer portão monumental – para que a “vida” entre e faça com você o que ela quiser, apenas isso. O que estou querendo dizer é que seria o mesmo que jogar um barco na correnteza de um rio e deixá-lo à deriva guiado apenas pela frase mais idiota que existe: Deixo a vida me levar.Deixar a vida te levar é uma porcaria, é ficar à mercê, é não ter controle algum do que te acontece. Se pensarmos profundamente na questão, poderia afirmar que é mais ou menos como estar num veículo desgovernado. Alguém aí conhece uma só pessoa nesse mundo que deseja uma coisa assim? Pois é, ninguém, mas o fato é que as pessoas deixam isso acontecer mais do que se imagina. Consciente ou inconscientemente? Espero que não seja consciente.Se as pessoas estão se sentindo assim é porque detectaram que algo está errado. Isso é ótimo, é ter consciência de que o rumo precisa ser mudado. Voltamos à estaca zero, mudar o rumo significa ter outro rumo em mente e aí não adianta nada ter consciência de que uma mudança precisa ser feita se não soubermos aonde queremos chegar. Ou já entrou num táxi e disse ao motorista: Vai andando aí, me leva pra onde quiser. Ninguém faz ou fez isso. Temos que saber aonde queremos ir.Eu insisto, insisto veementemente com clientes, amigos, com todo mundo, é preciso fazer a si mesmo aquela pergunta complicada que já escrevi tantas vezes: O que você realmente quer? De novo, volto a insistir, vá para frente do espelho, olhe bem nos seus olhos e pergunte como se estivesse falando com outra pessoa: O que você realmente quer?Enquanto não souber responder essa pergunta de bate pronto, não vai sair do lugar, não vai encontrar forças nem motivação para mudar uma só virgulinha da sua vida. Quando a gente sabe o que quer, a mente se abre e os caminhos para se chegar lá aparecem para que possamos seguir em frente. Se não consegue responder a essa pergunta, jamais vai se mover e cairá nesse marasmo que todo mundo está caindo.É horrível! Passei por isso algumas vezes na vida, diria que desde sempre, pois sou uma pessoa absolutamente inquieta. Já me senti enjaulado, engessado e imobilizado. Repito, é uma sensação de que nada mais existe. Me senti – e às vezes ainda sinto – como se estivesse preso querendo me libertar, mas na hora em que a porta da prisão se abria, não sabia para onde ir.Acho que é isso que as pessoas sentem, medo da liberdade, medo de escolher e errar, medo de arriscar algo novo, enfim, medo de seguir em frente. Triste, não? Imaginemos quantos talentos temos por aí engessados? Quantas boas idéias que não saem das gavetas, quanto tempo perdemos simplesmente por causa do medo de dar um passo adiante.Qual o remédio? Ah se eu soubesse venderia a fórmula enlatada e venderia mais que Coca-Cola... Mas sou inquieto, vou descobrir nem que seja a última coisa que eu faça.
MM

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